Pornografia Infantil e Direitos Humanos.

05:14 Angela Fakir 0 Comments


Um dos mais importantes interesses políticos de qualquer governo e de qualquer sociedade civil deveria ser a proteção dos direitos das minorias, entre eles crianças e adolescente

O III Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Infantil, realizado no Rio de Janeiro, em novembro de 2008, traçou estratégias de cooperação internacional na luta contra a exploração sexual infantil, com o propósito de propiciar o pleno efetivo exercício dos Direitos Humanos de qualquer criança ou adolescente.
Segundo pensamento de Mary Robison, ex-Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, direitos, por si só, não significam apenas o relatar determinadas situações relacionadas a necessidade humana, mas necessariamente à obrigação de tutela, por parte do Estado, das pessoas que estão sob a ameaça de serem vítimas de ações a ofendê-los. Trata-se de exigir da justiça a manutenção e o pleno exercício dos direitos em todas as esferas, uma efetividade da dignidade humana.
Todas as autoridades do mundo que são responsáveis pela tutela dos Direitos Humanos têm o dever de focalizar sua atenção nas mais variadas formas de amparo para os casos de exploração sexual infantil, através de programas assistenciais ou atividades de conscientização como forma de informar para prevenir a exploração sexual. Somente com a potencialização informativa o abuso sexual passará a ser conscientizado socialmente.
Na questão da pornografia infantil virtual, o Estado tem o dever de assegurar o total financiamento às autoriades competentes para investigar os crimes associados à pedofilia pela internet. As unidades responsáveis têm que trabalhar em cooperação, primeiro passo a prevenção e repressão deste crime, ―já que a pornografia infantil virtual é um problema de dimensões internacional, que se ampliou através das novas tecnologias‖ (Rodriguez-Magariños, 2008, p. 99).
A Comissão Parlamentar de Inquérito da pedofilia do Senado Federal, realiza um trabalho em conjunto com a Polícia Federal, provedores, operadoras de cartão de créditos no combate à pornografia virtual, um avanço para um país que há muitos anos vem sendo considerado como o país da impunidade dos pedófilos e da redes organizadas de pedofilia. Mas isto não é suficiente, outras redes como representantes de governo, organizações intergovernamentais, organizações não governamentais, instituições de direitos humanos, ouvidorias, setor privado, líderes religiosos, parlamentares, pesquisadores, acadêmicos e sociedade civil, devem se comprometer para juntos tomarem medidas para prevenir e impedir quaisquer formas de abuso sexual infantil.
O trabalho de prevenção contra o abuso sexual de criança e adolescente é uma das formas eficazes na tentativa de reduzir os índices de risco para vítimas potenciais. Sociedade e governo têm a obrigação de cuidar da integridade física, da saúde mental e do desenvolvimento de todas as crianças e adolescentes. Suas garantias constitucionais e de direitos humanos deve estar acima de qualquer tema político. Programas de informação sobre abuso sexual infanto-juvenil devem constituir uma ferramenta de comunicação, um diálogo social aberto, como forma de debater e pôr em prática
programas e técnicas eficazes de auto proteção e auxílio psicossocial às crianças e adolescentes vítimas. Entendemos que os municípios devem assumir o papel de protagonistas já que são o canal político mais próximo desta realidade como forma de oferecer alternativas assistenciais para as vítimas desta violência que reproduz uma grave ofensa aos Direitos Humanos (Barbosa, 1999, p.31), bem como identificar os abusadores.
O abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes é uma realidade, assim como as redes organizadas de pedofilia. O mundo está preocupado com estas questões. As informações de agências internacionais, como as noticiadas neste espaço, carecem de todo o tipo de reflexão.
O que é certo é que este tema não é uma ficção. Se, por um lado, a internet é utilizada para fins ilícitos, igualmente pode ser fonte de informação e prevenção quando identificamos as redes organizadas de pedofilia. Há que se ter uma união geral de todos (governos, organizações não governamentais, setores privados, operadores da rede mundial de computadores e provedores) para identificar e responsabilizar todo e qualquer ato de pedofilia pela rede.
Não podemos esquecer que todas as ações sexuais abusivas praticadas contra crianças e adolescentes geram sentimentos e traumas que poderão anestesiar para o resto de suas vidas suas emoções, gerando angústias e a perda da confiança no ser humano (Colombo, 2003, p. 54).

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