A escolha é sua
Estava conversando dia desses com uma amiga sobre o fato de a impunidade relacionada aos crimes de pedófilos ser uma constante, embora as pessoas quase em sua totalidade se sintam verdadeiramente indignadas com a violência e exploração sexual infantil. A meu ver, isso é reflexo de um aspecto muito cruel presente nos casos desse tipo de violência que é o envolvimento de familiares.
A idéia de que um pedófilo irá molestar uma criança
desconhecida em um local publico é dissonante com a realidade. Não digo que não
aconteça, mas certamente isso é uma
exceção. Crianças e adolescentes podem se expor de maneira muito
perigosa a criminosos que fazem uso das ferramentas de comunicação da internet,
apesar de estarem aparentemente protegidos no interior de suas casa. Outro aspecto muito presente, é quando o agressor é alguém da família ou pessoa que age com
o consentimento de familiares. Sei que para alguns essa realidade pode parecer
bastante exagerada ou até mesmo distorcida, mas infelizmente não é.
Esse talvez seja o principal fomento da impunidade reinante
relativa a Pedofilia. Quando o agressor é um pai, um avô, um tio ou qualquer
outra pessoa que se encontre inserida no cotidiano familiar, ligada por relações
de fortes vínculos emocionais, imaginem o quão difícil se torna o ato de
denunciar, e quantas e complexas ligações há que se romper para que a denúncia
ocorra. Quando o agressor não é
necessariamente da família, mas molesta a criança com o consentimento de algum
familiar é tanto ou mais difícil se alcançar a denuncia e consequente cessação da violência, pois nesse caso os que
deveriam proteger a criança são os que se beneficiam financeiramente dessa
violência. Em ambas as situações não se pode esperar que venha da criança a voz
que irá denunciar essa violência.
Crianças que sofrem
abusos sexuais geralmente não tocam no assunto com ninguém. Elas se encontram atadas por amarras
feitas de constrangimento, confusão, medo e dor. Elas são como seres amputados,
privadas de ação e voz, não podem fugir, não conseguem falar. Por tanto, essa é
uma situação que só pode ser enfrentada através das ações de outros que não a própria
vítima e, dependendo do envolvimento e da dinâmica familiar presente, tampouco
dos seus familiares.
Nenhuma mudança efetiva
irá acontecer, enquanto houver o entendimento de que a violência e exploração
sexual infantil é um problema que deve ser resolvido na esfera doméstica. Cabe
a cada um de nós optarmos pela omissão ou pela denuncia.
Podemos ser
construtores de uma sociedade onde crianças possam desenvolverem-se livres de
todo sofrimento que esse tipo de violência gera ou sermos inertes como um
tijolo nesse muro de silêncio e impunidade que protege o agressor. A escolha
entre ser a pessoa que ignora essa realidade e por sua ausência contribui para
sua manutenção ou aquela que age no sentido de mudá-la é nossa.
E você, que pessoa vai ser?
Em bairros do subúrbio a pedofilia é uma constante... A impunidade do molestador, em sua maioria, é propiciada pela família que o ajuda a fugir e se esconder, em muitos casos, por conta da raiva da massa que fica sabendo. No entanto, após alguns meses, ele retorna e, se um cidadão comum acaba literalmente com o molestador, quem acaba punido? A maioria das pessoas acaba entretida com a Tv, com o que chamam de música e esquecem do que aconteceu, inclusive o cuprimentam nas ruas... Apenas a criança é que fica com as cicatrizes, os traumas e o medo...
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