Grito de PAZ!

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Na manhã do último sábado (18), rotarianos e simpatizantes da causa fizeram uma passeata realizada tradicionalmente na cidade pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes. A passeata foi realizada na praça central de Pato Branco.

Reunindo centenas de pessoas, o evento chamou atenção de quem passava pelo local. Bandas, estandes e entrega de panfletos completaram a reunião, que contou com a presença de autoridades, como o promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude, Raphael Adalberto Soares, que palestrou durante toda a semana sobre a violência sexual infantil, e o vereador Guilherme Silvério, que entregou nos últimos dias um projeto para que a Marcha para Jesus entre no calendário de eventos oficial da cidade. Outras autoridades também participaram da programação.
Combate à exploração sexual infantil
Na edição do último fim de semana (18 e 19), o Diário do Sudoeste trouxe uma reportagem especial sobre o assunto, com números relevantes e assustadores, mostrando que o silêncio ainda é a parte mais preocupante desse tipo de exploração, violando os direitos das crianças e adolescentes, abusando e explorando do corpo e da sexualidade com a prática de atos libidinosos.
Vídeos, pornografia e prostituição acontecem dentro e fora de casa, muitas vezes o explorador ou abusador sendo parente próximo. A internet se tornou um dos principais meios de abuso, principalmente pela troca de fotos entre adolescentes e abusadores. Segundo o promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude, Raphael Adalberto Soares, a internet e as redes sociais fazem parte da vida e rotina das pessoas, principalmente crianças e jovens, no entanto, não são vigiadas o suficiente pelos pais.
Sobre a passeata e mobilização, Soares compreende que a prevenção ainda configura o melhor caminho, além de reduzir os casos de violência. “Ao fazer esta parte de conscientização e prevenção, a esperança é que os casos de negligência diminuam. Isso faz parte do nosso trabalho”, acredita o promotor.
Dentro de casa, o caso se complica ainda mais. Para não expor a família, decide-se pelo silêncio, e o abusado às vezes sofre por anos, sem que haja prova física. São diversas as vítimas que sofrem violência sexual quase diariamente no município. Para a presidente do Conselho Tutelar de Pato Branco, Helaine Raquel Chinarelli, só neste ano foram mais de 30 casos registrados, mas os números podem ser bem maiores.
No sentido de conscientizar sobre a importância da denúncia para combater esse tipo de crime, o Sest-Senat instalou um estande na praça, onde conversou com os passantes e distribuiu folders informativos. O Rotary Clube Araucária organizou uma passeata, como faz todos os anos. “Queremos informar as pessoas, quebrar mitos. Além do evento, sempre usamos camisetas sobre o tema em eventos rotários”, disse André Alexandre Soares, empresário, que faz parte do Rotary.
Conforme a secretária municipal de Assistência Social, Maria Cristina Hamera, a mobilização, que reuniu diversos órgãos e entidades, serviu para conscientizar a população que a violência sexual é crime.
De acordo com a psicóloga do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Sarah Cristina Kusma da Luz, a vítima passa pelo atendimento psicossocial, o qual trabalha os danos sofridos pela violência, agravos, avaliação, e a partir daí é inserida nos trabalhos psicoterapêuticos, feito em grupos. “Trabalhamos questões como proteção, fatores de risco, e como identificar a violência”, diz.
A educadora social do Creas, Aline Pilati, reforça que a criança, vítima da violência sexual, acha que esse tipo de crime é natural. “Nos grupos, a gente orienta para que se protejam”, salienta.
De todos os trabalhos realizados, o Creas também presta auxílio para a família, pois esta sofre muito com as situações. Também são elaborados relatórios, encaminhados às autoridades competentes. Alguns casos em que não se obtém sucesso no acompanhamento familiar e afastamento do agressor, o poder familiar é suspenso. Nessas situações, as crianças são acolhidas em abrigos, buscando a reinserção na família.

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