Pornografia infantil - Degradante e acessível
As informações transcritas (*1) a seguir, são
resultado de reportagens e pesquisas que nos trazem informações sobre uma
realidade atroz imposta a milhões de crianças em inúmeros países do mundo. No
entanto, apesar da relevância do conhecimento que pesquisas como essas trazem
para o planejamento e execução de ações de enfrentamento a esse mal, falta
acrescentar a esses números o horror que eles apresentam, eles carecem da informação principal de que por trás desses índices existem pessoas: crianças exploradas, consumidores desse produto que é a pornografia infantil, eu e você.
“Relação entre pornografia infantil e abuso sexual infantil"
- O Grupo de Trabalho da Interpol para Crimes contra Menores relaciona diretamente a pornografia infantil com o abuso sexual infantil, caracterizando a pornografia infantil como "consequência da exploração ou abuso sexual cometido contra uma criança". Neste caso, a pornografia infantil é definida como "qualquer meio de retratar ou promover o abuso sexual de uma criança, incluindo meios impressos ou de áudio, centrados nos atos sexuais ou nos órgãos genitais das crianças".
Entretanto, a legislação da maioria dos países classifica a pornografia infantil de forma
mais abrangente, incluindo também as imagens de relações sexuais legalmente não
abusivas, como as relações sexuais consentidas com adolescentes acima da idade
de consentimento ou com menores emancipados.
"A indústria da pornografia infantil"
-Com as novas tecnologias, a pornografia infantil se transformou numa indústria multibilionária e está entre os negócios que mais crescem na internet. Através do uso de câmeras digitais e webcams, a produção de pornografia infantil se tornou mais fácil e barata, enquanto sua distribuição a um grande número de usuários foi facilitada pela Internet, inclusive pela possibilidade do uso de cartão de crédito para a compra do material
- O Grupo de Trabalho da Interpol para Crimes contra Menores relaciona diretamente a pornografia infantil com o abuso sexual infantil, caracterizando a pornografia infantil como "consequência da exploração ou abuso sexual cometido contra uma criança". Neste caso, a pornografia infantil é definida como "qualquer meio de retratar ou promover o abuso sexual de uma criança, incluindo meios impressos ou de áudio, centrados nos atos sexuais ou nos órgãos genitais das crianças".
"A indústria da pornografia infantil"
-Com as novas tecnologias, a pornografia infantil se transformou numa indústria multibilionária e está entre os negócios que mais crescem na internet. Através do uso de câmeras digitais e webcams, a produção de pornografia infantil se tornou mais fácil e barata, enquanto sua distribuição a um grande número de usuários foi facilitada pela Internet, inclusive pela possibilidade do uso de cartão de crédito para a compra do material
Dados e estatísticas-Por ser uma atividade
ilegal e dinâmica, as estatísticas sobre pornografia infantil podem divergir
conforme a fonte e o ano de divulgação. Segundo estatística da Internet Filter
Review publicada em 2003, há no mundo cerca de 100 mil websites mostrando pornografia
infantil ilegal e gerando um negócio de 3000 milhões de dólares. Por outro
lado, reportagem de 2006 da revista Information Week revela que a pornografia
infantil, espalhada por cerca de 250 mil websites, gera um movimento anual de
20000 milhões de dólares que poderá subir para 30000 milhões em 5 anos.
Exposição à
pornografia – Ainda de acordo com a Internet
Filter Review, a idade média em que uma criança é exposta à pornografia em
geral (inclusive adulta) é aos 11 anos de idade. Os números também revelam que
cerca de 90% das crianças e adolescentes com acesso à Internet tiveram acesso à
pornografia enquanto faziam seus deveres de casa.
Divisão por faixa
etária – Segundo pesquisa do Centro
Nacional dos EUA para Crianças Exploradas e Desaparecidas (NCMEC), de todas as
apreensões de material pornográfico infantil efetuadas durante um ano, de 2000
a 2001, nos EUA, 19% incluía bebês e crianças até 2 anos, 39% incluía crianças
de 3 a 5 anos, e 83% incluía crianças na faixa etária dos 6 aos 12 anos.”
Deparei-me uma vez com a fotografia de uma criança em prática de
sexo oral com um adulto, os olhos daquela criança expressavam medo e uma
submissão absurda. A imagem exposta no ecrã do meu computador chegou ali sem nenhum
tipo das dificuldades que pensamos que deveria existir para se ter acesso a
algo ilegal. Não precisei entrar em contato com nenhuma pessoa, assim como não
se fez necessário que saísse da minha residência e me expusesse a qualquer
evento que colocasse minha integridade física a risco. Eu, assim como a maioria
das pessoa, não tenho como saber quem é aquela criança ou como saber quem são
os indivíduos que estavam impondo a ela uma vivência de sexualidade nociva e
degradante a sua condição de sujeito em desenvolvimento, nem quem está
registrando e divulgando aquele ato e tampouco quem e quantos são as pessoas que
tiveram acesso aquela e a outras tantas imagens que se multiplicam como praga na internet. Contudo,
sei que o ato de simplesmente clicar em outra página e ignorar a existência
desse tipo de ação corrobora para sua continuidade.
E como olhar para outro lado sabendo que isso
ocorre? Como não enxergar no corpo da menina exposta fragilidade igual a
contida no corpo de nossa filha, sobrinha, irmã, aluna, vizinha...? O
entendimento de que as crianças de nosso próprio núcleo familiar, as crianças
que amamos, não irão vivenciar essa forma violenta de degradação basta para
seguirmos mantendo nossa omissão?
Não posso responder a essas questões senão de forma
pessoal, posto que a resposta dessas devem ser dadas por cada um de nós. E,
pessoalmente, eu quero que crianças e adolescentes vivam longe do sofrimento
gerado por práticas abusivas que pessoas lhe causem na justificativa absurda da
obtenção de prazer sexual, e da influência negativa da mídia que gera toda uma
cultura que ao invés de proteger o desenvolvimento integro a elas acelera o
processo em nome de uma lógica mercantilista doentia. Se as pessoas que não
lucram ou se satisfazem com essa atrocidade, se conscientizarem que somos
capazes de mudar esse quadro ao invés de aceitar o que lhe é imposto como mais
um produto a venda para quem quiser e puder pagar, construiremos uma sociedade
livre desse mal.
*1- http://pt.wikipedia.org/wiki/Pornografia_infantil#Rela.C3.A7.C3.A3o_entre_pornografia_infantil_e_abuso_sexual_infantil
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