Como agir para proteger crianças e adolescentes da violência sexual.

08:27 Angela Fakir 0 Comments




Encontrei, acessando o site da Childhood (http://www.childhood.org.br/como-agir#6), esse texto em linguagem clara com conteúdo prático sobre como identificar e proceder quando tomamos conhecimento da possibilidade de estar ocorrendo situações de violência  e exploração sexual contra crianças e adolescente em nosso meio:

"Como Agir para proteger crianças e adolescentes da violência sexual

Não é fácil perceber, aceitar e tomar alguma ação quando se percebe que a violência sexual esta acontecendo dentro de nossa família, muitas vezes dentro de nossas casas.

A decisão de agir em defesa da criança/adolescente é corajosa e importante, acaba revelando segredos da família que muitos preferiam esconder. Mas se você acredita que alguém da sua família esta sendo vítima de violência sexual, e se esse alguém é menor de 18 anos, é imperativo que se tome alguma atitude.

A violência sexual na infância revela situações limite, e rouba uma fase da vida onde medo, violência, tristeza e sexo não deveriam ter lugar.

A complexidade deste fenômeno traz alguns impactos nas relações familiares a saber:
  • Deturpa as relações sócio-afetivas e culturais entre adultos e crianças/adolescentes ao transformá-las em relações genitalizadas, erotizadas, comerciais, violentas e criminosas;
  • Confunde, nas crianças e adolescentes violentados, a representação social dos papéis dos adultos, descaracterizando as representações sociais de pai, irmão, avô, tio, professor, religioso, profissional, empregador, quando violentadores sexuais; o que implica a perda da legitimidade e da autoridade do adulto e de seus papéis e funções sociais;
  • Inverte a natureza das relações adulto/criança e adolescente definidas socialmente, tornando-as desumanas em lugar de humanas; desprotetoras em lugar de protetoras; agressivas em lugar de afetivas; individualistas e narcisistas em lugar de solidárias; dominadoras em lugar de democráticas; dependentes em lugar de libertadoras; perversas em lugar de amorosas; desestruturadoras em lugar de socializadoras. (FALEIROS, 2000, p. 19-20)
Em caso de suspeita, observe:

Se houve mudanças bruscas, aparentemente inexplicáveis, de comportamento da criança/adolescente
Mudanças súbitas de humor, comportamentos regressivos e/ou agressivos, sonolência excessiva, perda ou excesso de apetite;
Baixa auto-estima, insegurança, comportamentos sexuais inadequados para a idade, busca de isolamento;
Lesões, hematomas e outros machucados sem uma explicação clara para terem ocorrido;
Gravidez precoce;
Doenças sexualmente transmissíveis;
Fugas de casa e evasão escolar;
Medo de adultos estranhos, de escuro, de ficar sozinho e de ser deixado próximo ao potencial agressor;

A identificação precoce da ocorrência da violência é um fator fundamental para a transformação da situação e atenção às pessoas envolvidas. Vale lembrar que é de extrema importância o cuidado ao se levantar estas suspeitas, devendo-se sempre considerar um contexto amplo em que aparecem alguns sinais, que podem ser físicos, comportamentais e/ou sociais.

Importante frisar que este é um fenômeno presente em todas as classes sociais e composições familiares, contrariando mitos de que a violência doméstica e sexual ocorre apenas em famílias pobres e “desestruturadas”.

Como e onde notificar os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes?

Procure o Conselho Tutelar do seu Município
Ligue para o Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes: Ligue 100 de qualquer região do Brasil (ligação anônima e gratuita)
Denuncie crimes cometidos por meio da internet por meio do site da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos: www.denunciar.org.br
Outros canais de denúncia:

Delegacias especializadas em crimes contra crianças e adolescentes no seu Município
Delegacias comuns (na ausência de delegacias especializadas)
Polícia Militar – #190
Ministério Público do seu Estado
A família também pode ter atitudes preventivas para evitar a ocorrência de abusos:

A comunicação com a criança/adolescente deve ser dar além dos verbos e de seus significados e deve-se criar uma escuta neutra e confiável. A importância de ouvir seu relato, sua palavra ou seu silêncio, poderá criar uma nova forma de comunicação. Criar um vínculo de confiança é importante para que saibam que podem procurá-lo(a) para perguntar ou contar algo sem tomar ‘bronca’ ou serem criticados.
Converse sobre sexualidade com seus filhos, ensinando-os a gostar do corpo e a respeitá-lo. Explique que o corpo precisa ser cuidado e que deve se ter cuidado se alguém tentar tocá-lo, inclusive as partes íntimas; ou ainda pedir para fazer coisas no seu corpo ou no de outra pessoa.
Procure conhecer os amigos de seus filhos e suas famílias, e oriente as crianças e adolescentes a não ficarem isoladas, procurando ficar em grupo.
Fonte: Entrevista da psicanalista Graça Pizá para a Childhood Brasil e http://www2.uol.com.br/vyaestelar/abuso_sexual_criancas.htm


Crianças e adolescentes são cidadãos em condição especial de desenvolvimento, que precisam do apoio e proteção dos adultos. 
A responsabilidade de proteger meninos e meninas contra crimes como o abuso e a exploração sexuais não é apenas do Estado ou da família, mas de todos nós! Este dever está previsto na Constituição Brasileira!
abuso é qualquer ato de natureza ou conotação sexual em que adultos submetem menores de idade a situações de estimulação ou satisfação sexual, imposto pela força física, pela ameaça ou pela sedução. O agressor costuma ser um membro da família ou conhecido. Já a exploração pressupõe uma relação de mercantilização, onde o sexo é fruto de uma troca, seja ela financeira, de favores ou presentes. A exploração sexual pode se relacionar a redes criminosas mais complexas e podendo envolver um aliciador, que lucra intermediando a relação da criança ou do adolescente com o cliente.”



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